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Um ambiente, muitas viagens


Sentada numa sala, com mais de 10 mil livros, Dona Estela viaja. Passa pelos clássicos, mergulha em diferentes temáticas e ficções, mas prefere mesmo histórias reais. Inspirada em narrativas, já viajou em busca de cenários e experiências. Subiu as escadas da casa de Anne Frank em Amsterdã e conheceu diversos locais do Brasil e da América do Sul motivada por suas descobertas em páginas de livros.


O amor pela literatura sempre movimentou a santa-cruzense Estelamar Mânica Arend, de 68 anos. Uma das leituras, inclusive, a levou para a própria história. Ao ter o livro sobre a família Mânica em mãos, teve acesso a sua árvore genealógica. Visualizou fotos e, a partir de uma, seguiu em busca do local onde, décadas atrás, pisaram seus antepassados.


No alto de uma montanha em Trento, no norte da Itália, reproduziu a mesma foto em frente à residência da família e circulou pelo castelo onde o bisavô Davide Mânica trabalhava. A família italiana, mais tarde, fez da Serra Gaúcha sua casa e o avô de Dona Estela, José Mânica, veio para Santa Cruz do Sul, onde até hoje é lembrado através da escola que carrega seu nome.


Foi na cidade da Oktoberfest que Dona Estela, filha de Arthur Arend e Margarida Mânica Arend, cresceu e formou família, com o nascimento dos filhos Jonatas e José Arthur. Embora tenha estudado Nutrição, preferiu novos rumos e ficou no comando de uma floricultura por 22 anos. Quando parou, foi morar na Itália, mas a saudade do Brasil lhe trouxe de volta após três meses. Novamente em Santa Cruz do Sul, descobriu nos livros uma forma de trabalho e também de continuar sonhando com histórias reais.


Segunda casa

Há cinco anos, Dona Estela passa seus dias em um sebo de livros novos e usados, criado por ela a partir do próprio amor pela leitura. No estabelecimento, 10 mil títulos. Na história do local, nove mil vendas. O comércio dos exemplares, desde o começo do empreendimento, ocorre no local, mas também de forma online. Pela internet, os livros já foram comercializados para diferentes estados do Brasil, mas também para Portugal e Argentina.


No sebo, a empreendedora conseguiu manter o que tinha na floricultura: o contato com as pessoas. Afinal, Dona Estela ama conversar. Diariamente, troca dicas de leituras com os clientes e também aprende muito. Junto ao espaço, criou um café sem fins comerciais, mas que possibilita diversos encontros. No local, são realizadas reuniões de professores e alunos, trabalhos universitários e lançamentos de livros.


Com todo o seu trabalho, quer incentivar a literatura a diferentes públicos, principalmente para os mais novos que, segundo ela, se apegam a coisas fúteis e deixam de aproveitar coisas incríveis. Momentos especiais como aqueles em que ela pega um livro, senta na poltrona e começa a viajar.

 
 
 

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