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Professores de farda: a Brigada Militar nas escolas de Santa Cruz

Atualizado: 14 de jul. de 2021


Olhares curiosos e questionamentos de quem deseja saber exatamente o que o tio da farda faz. A cada visita da Brigada Militar nas escolas de Santa Cruz a cena se repete: alunos interessados em descobrir mais sobre a vida da polícia e policiais militares felizes em poder explicar, a tantas crianças e adolescentes, o papel fundamental da BM na comunidade.


Em outubro de 2017, as escolas de Santa Cruz do Sul passaram a ter a presença constante da Brigada Militar através do Programa Mais Efetivo, que recruta militares da reserva para atividades preventivas. Na cidade, desde o ano passado, os sargentos Jorge Severino Alves da Silveira, Valdir Gonçalves dos Santos, Sérgio Luiz Faller e Mauro Rogério da Rosa Soares passam seus dias ao lado dos alunos, transmitindo o conhecimento de um policial militar aposentado, com a experiência de pais de família e atuando na educação com ensinamentos. Desde outubro, o quarteto passou a mudar a perspectiva das crianças em relação aos policiais: da figura que pune, passaram a ser os professores de farda.


Lado a lado, um de cada vez, os policiais reúnem os alunos para palestras e conselhos. São 17 instituições de ensino que recebem o serviço, rotineiramente, no município. O quarteto, que veio de atuações de Rio Pardo, Arroio do Tigre e Vera Cruz, circula pelos colégios e apoia as professoras e diretoras em ocorrências em sala de aula. Na tarde desta sexta-feira (29), foi a vez da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz receber a visita. Os alunos do 6º e 7º ano escutaram os policiais, atentos para saber o que não devem fazer para serem futuros cidadãos de bem.


De acordo com o sargento Severino, a escola é um complemento da família. Portanto, é preciso ter respeito e educação. “Vocês precisam tratar bem seus professores e seus colegas. Não coloquem apelidos. Espero não ser chamado aqui para ver vocês agindo de forma errada”, avisa aos alunos. O sargento Moraes concorda: “Queremos melhorar as escolas e por isso estamos aqui”. Para explicar a importância das boas atitudes para o futuro, o policial exemplificou: “Se vocês precisarem ser conduzidos à delegacia porque bateram em um colega, essa atitude vai ficar gravada para sempre e vai interferir na hora em que vocês precisarem procurar um emprego ou na hora de passar em um concurso”, avisa.


O sargento Faller lembra ainda a importância da comunidade ser amiga da Brigada Militar. “Eu sei que muitos de vocês não gostam da polícia, porque algum familiar está preso. Mas, se eles estão presos, é porque erraram. Nós queremos que vocês sejam nossos amigos. Não queremos que vocês errem”, aconselha. O sargento Santos salienta que o serviço da Patrulha Escolar é feito de amor. “Esse trabalho nos traz felicidade, porque podemos influenciar a vida de vocês, para que sejam pessoas do bem e para que a polícia não precise prender tantas pessoas no futuro”, diz.


“Também nos sentimos mais seguras”

Não foi só a vida dos alunos que mudou após a chegada da Patrulha Escolar em Santa Cruz. As professoras – que todos os dias estão ao lado das mais diversas situações – agora se sentem mais amparadas. Segundo a professora de geografia Camila Menezes, visualizar policiais no pátio dá uma sensação de segurança, fora o apoio que recebem a cada chamado por rede sociais. “Temos um grupo e, a cada briga ou outro problema, acionamos eles que logo chegam para nos ajudar”, conta.


A orientadora educacional Carolina Piazera Schwengber relata que até mesmo com os pais os brigadianos conversam. “Estabelecemos uma relação. Eles fazem parte da escola e nos ajudam a resolver os problemas, além de conversar frequentemente com os alunos durante o intervalo. Desde que eles chegaram, os nossos alunos estão mais calmos e o respeito aumentou”, comemora.


"O policial é um amigo"

Para o Capitão Rafael Carvalho Menezes, comandante da 1ª e 2ª Companhia do 23° Batalhão de Polícia Militar (23° BPM), as pessoas precisam ver o policial como um amigo. “Não podemos ser as figuras de ameaça às crianças. Você não pode dizer ao seu filho que se ele chorar, vamos o prender. Você tem que explicar que se ele estiver em perigo é com um policial que ele pode contar”, diz salientando a importância da relação entre Brigada Militar e comunidade.


De acordo com a soldada Luíza Petry, comunicação social do 23º BPM, apenas em 2018 já foram realizadas 652 visitas a escolas públicas, nove a escolas particulares, três reuniões e 16 palestras. Em 2017, de outubro a dezembro, foram 334 visitas a escolas públicas, sete a particulares e uma palestra. O objetivo agora, conforme o comandante do 23º BPM, tenente-coronel Giovani Paim Moresco, é aumentar cada vez mais o projeto: tanto em número de policiais quanto em ações diárias nos três turnos. Além disso, a Brigada Militar pretende inserir um projeto mais impactante na rotina do ensino médio das escolas e atingir, cada dia mais, alunos com os ensinamentos dos professores de farda.


 
 
 

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