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Cão policial, mas também um grande amigo


Quem vê Comanche correndo em direção ao soldado Rafael Koch Denardi, na espera de brincadeiras e amor, não imagina que horas mais tarde o pastor belga está nas ruas, no trabalho contra a criminalidade. Assim como o policial militar, o cão também é um profissional, na luta a favor da segurança pública. Em abordagens a suspeitos, um animal robusto e intimidador. Nos braços do seu melhor amigo, um ser que deseja carinho.


Independente da situação, os dois se completam, se amam e se ajudam. Estão juntos desde a inauguração do canil em Santa Cruz do Sul, em 2016. Mas, Comanche já atuava na Brigada Militar há mais anos em outro município. Aos nove anos, o animal tem uma grande trajetória, que muito orgulha seu atual companheiro de trabalho. "Ele é profissional e isso me deixa orgulhoso. Seja no policiamento ostensivo, nas abordagens ou na corrida em caso de fugas", conta o soldado Denardi, satisfeito com o trabalho do amigo.


Para trabalhar com animais, o policial de 32 anos passou por dois cursos. O primeiro em 2015, com o Corpo de Bombeiros em Montenegro, foi focado em busca e salvamento. Já o segundo, realizado no ano passado, ocorreu junto ao Canil Central da Brigada Militar, em Porto Alegre. Atividades essenciais para o desempenho do serviço em dupla. "O cachorro não faz nada errado. Nós que não mostramos certo", diz. Porém, mais do que técnica, ele sabe que é preciso algo muito importante: gostar de animais.


E ele sempre gostou. Natural de Estância Velha, mas com família em Santa Cruz do Sul, ele cresceu ao lado de cães. O último, um Golden Retriever chamado Átila, morreu no ano passado e deixa saudades. Quando em chega em casa, após um dia de trabalho ao lado de Comanche, ele agora é recepcionado por Duque, um filhote de pastor belga de quatro meses. A ideia é fazer uma troca quando a aposentadoria de Comanche chegar: o cão policial vai para a casa do soldado e Duque inicia sua vida militar, junto com o tutor, no Canil Setorial do Vale do Rio Pardo.


Todos podem se importar

Embora Comanche seja colega de trabalho do soldado Denardi, os dois estabelecem uma relação de amizade, passível de muitos sentimentos. Afeto que repercutiu pelo Estado e até pelo Brasil com a foto de um soldado chorando a morte da égua Justiceira, antes do jogo do Inter e Tolima no Beira-Rio. O fato do dia 26 de fevereiro emocionou a comunidade gaúcha e também fez o soldado Denardi refletir sobre o quanto aquele pastor belga de 30 quilos é importante em sua vida.


Ao relembrar o caso de Justiceira, o soldado Ricardo Augusto Huve, que acompanhava a entrevista do Portal Arauto, também se sensibilizou. Antes de atuar no POE em Santa Cruz do Sul, trabalhou um ano na Capital, sob o comando do Sargento Negreiros, tutor e responsável pela égua Justiceira. Foi lá, no 4º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, que ele acompanhou o trabalho da dupla. "Ele havia se aposentado há poucos dias e ela, com 19 anos, também logo iria. Acreditamos que ela estava depressiva", comenta. E embora a foto, que fez o Rio Grande se emocionar, não seja de Justiceira e seu antigo companheiro, a emoção daquele soldado representa toda uma categoria, que precisa ser forte, mas que também ama, sente e chora. Afinal, nenhuma farda é a prova de lágrimas e nem precisa ser.

 
 
 

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